Uma viagem ao passado
Ao longo do tempo, muita coisa mudou não apenas no mundo de gente grande, mas também na vida infantil com o surgimento de novas tecnologias e dos meios de comunicação, com as transformações ocorridas na rotina e nos valores familiares, dentre outros fatores.
É por meio de conversas com adultos que as crianças de hoje podem saber um pouco mais sobre o cotidiano infantil das épocas passadas e perceber as principais diferenças em relação ao momento atual. Pensando nisso, no dia 14 de setembro, o Educandário Padre Gilberto promoveu uma aula diferenciada em que os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental tiveram a oportunidade de entrevistar o senhor Juraci Bento Barbosa, de 61 anos, que teve uma infância bem diferente. Conquistense, Juraci é casado há 36 anos com Maria Lizete Vaz, diretora do Educandário Padre Gilberto, e atua como observador da Estação Meteorológica de Vitória da Conquista, que funciona na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Os estudantes fizeram várias perguntas para o entrevistado e, assim, passaram a conhecer detalhes da sua história. Orgulhoso de sua trajetória de vida, ele relembrou os principais momentos de sua infância. Quando criança, Juraci ajudava a mãe em suas tarefas de casa e ainda vendia banana para colaborar com o sustento da família. Eles enfrentavam dificuldades financeiras, mas isso não foi capaz de impedi-lo de ter uma infância feliz.
Na entrevista, os alunos puderam perceber como era a vida das crianças quando não tinham acesso a escolas de qualidade, tecnologias avançadas e muitos meios de comunicação. Empolgados com a oportunidade de entrevistar alguém que tem muitas histórias para contar, os estudantes, dentre outras coisas, descobriram que Juraci fabricava seus próprios brinquedos e adorava brincar com os irmãos e amigos de brincadeiras como polícia e ladrão, chicotinho queimado, esconde-esconde, bola de gude.
Juraci ainda contou que sua rotina era dividida entre afazeres domésticos, trabalho, brincadeiras e estudo. Naquela época, não era fácil encontrar professores e muito menos ter acesso a uma biblioteca. Contudo, isso não era desculpa para a criança não estudar. Para ele, seus principais professores foram seus pais, que lhe ensinaram valores que ele carrega pela vida inteira. Esses aprend
“Resgates como esse são importantes para que a gente perceba que vamos muito além daquilo que o mercado oferece”, avaliou a psicóloga do Educandário Graziella Morgana Andrade. Segundo a psicóloga, que é especializada em Clínica da Criança, a invenção de brinquedos e brincadeiras, comum na infância de Juraci, estimulam a curiosidade e a criatividade das crianças, o que tem interferência em outras fases da vida. “Ao criar jogos e suas próprias regras, por exemplo, a criança explora o seu potencial criativo, o que resulta em uma maior capacidade de encontrar soluções nas mais diversas situações da vida adulta”, completa.
Os estudantes ficaram encantados com a entrevista. “Eu achei esta atividade muito interessante, pois aprendi que devo valorizar a minha vida de criança e que não devemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje: dizer que amamos nossos pais, abraçá-los etc”, declarou a aluna Karla Emilly Santos. Já a estudante Laura Emilly Meira ficou impressionada com as diferenças entre os brinquedos de Juraci e os de hoje. “Eu ac
De acordo com a professora Jeânia Soares, esse trabalho proporcionou aos alunos o contato com mais um gênero textual, a entrevista. Eles aprenderam sobre a estrutura desse gênero e os seus elementos. “A atividade foi muito produtiva, pois eles tiveram a oportunidade de fazer um paralelo entre a sua infância e a vivida pelo entrevistado, percebendo assim as mudanças ocorridas na vida das crianças ao longo dos tempos”, explicou.
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